FALA... BRÍCIO!!!!!

Fabrício Araújo: 24 anos, graduando em Serviço Social pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO.


" ...TEM ALGUEM LEVANDO LUCRO, TEM ALGUEM COLHENDO FRUTO, SEM SABER O QUE É PLANTAR... TÁ FALTANDO CONSCIENCIA, TÁ SOBRANDO PACIÊNCIA, TÁ FALTANDO ALGUEM GRITAR. "

domingo, 22 de dezembro de 2013

O ataque à coisa publica em Uberaba-MG

A semana que passou em Uberaba nos revelou o enorme desafio que é o enfrentamento politico contra os interesses das velhas oligarquias familiares feudais de Uberaba, entre outros monopólios sócio-econômicos e politico-culturais que fazem da nossa cidade um centro de extremo conservadorismo capitalista.

A Lei 322, aprovada pelo legislativo revela o projeto real do governo de Paulo Piau Nogueira. Arrebentar a coisa 

pública garantindo o avanço do mercado sobre os direitos sociais da população trabalhadora. O projeto revela um futuro de extremismo na exclusão social, na pobreza material e politica da nossa gente. 

No poder legislativo ficou claro a real ordem das coisas, candidatos financiados pelo mercado, uma vez eleitos, mesmo que pelo povo, sempre SEMPRE atuam em favor dos interesses privados em detrimento dos direitos 
sociais e dos interesses públicos.
Vereador Samuel Pereira I, num ato de extrema defesa privatista chegou a ofender os cidadãos que estavam lá reivindicando seus direitos e defendendo a coisa publica de "muleques", demonstrando não só sua incapacidade para estar onde está, mas também sua fanática defesa neoliberal e mercadológica (mesmo que ele não saiba o que seja nada disso). Mas ainda é compreensivel que um representante do pensamento conservador, reacionário e opressor (homofóbico e machista) aja da forma como agiu. O surpreendende é ver um homem como o vereador Doidao e o vereador China votando a favor do sucateamento das politicas publicas, sendo que seu próprio grupo eleitor é a população que mais necessita dos direitos sociais, os quais eles ajudaram a destruir. Surpreende também a forma como o vereador Samir Cecilio Filho votou, como ele foi incoerente com sua própria história a frente do COHAGRA, onde como gestor da uma politica social publica ele foi capaz de dar acesso a centenas de familias a um direito humano básico, que é a habitação. O Samir que votou contra a coisa publica não é o mesmo??? Em fim, o que mais nos é incompreensivel é pensar que o Ministério Público Federal apresentou parecer contra a Lei 322 e a conselho municipal de saúde também se posicionou contra, o que foi usado então para convencer nossos nobres vereadores??? qual instrumento foi utilizado para que a Camara Municipal de Uberaba contrariasse a expressão do MPF, do CMS e da população organizada e presente nas sessões legislativas??? Alguém ainda tem duvidas???

Outra questão que se mostrou espantosa nesta semana, a falsidade manipuladora e cretina da nossa imprensa local. Os nossos jornais uberabenses se mostraram claramente partidários e defensores dos interesses de uma classe em detrimento dos interesses do povo trabalhador, enterrando de vez a falsa ideia da imparcialidade jornalistica. Deu asco ler as paginas fingidas e mentirosas da nossa imprensa local visivelmente vendida. 

Claro que um pensamento como este, acima apresentado, inevitavelmente cairia na questão politica e eleitoral, tenho defendido sistematicamente a ideia de que precisamos nos livrar da determinação econômica sobre o voto popular, mas também é preciso e imperioso dizer da fundamental necessidade de que tenhamos candidatos com coragem e disposição suficiente para se apresentarem de fato representantes populares SEM FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA, sem ser bancado pelos grandes grupos econômicos que comandam o processo eleitoral neste país.

Coragem para se apresentar sem financiamento privado
e coragem para escolher os candidatos que realmente tem compromisso com o povo.
2014 está chegando.

domingo, 29 de setembro de 2013

Para a questão espírita em Uberaba


"O Estado político (a política) é por vocação a vida genérica do homem em oposição a sua vida material. [...] a política é em princípio superior ao poder do dinheiro, mas na realidade tornou-se seu escravo. [...] Qual a verdadeira base da religião judaica? A necessidade prática, o egoísmo. A necessidade prática, o egoísmo, é o princípio da sociedade civil e revela-se como tal logo que a sociedade civil produziu tão logo o Estado político. O deus da necessidade prática e do interesse pessoal é o dinheiro. [...] o dinheiro rebaixa todos os deuses do homem e transforma-os em mercadoria. O dinheiro é o valor universal e auto-suficiente de todas as coisas. [...] foi só na aparência que o cristianismo venceu o judaísmo real". 
(MARX, A Questão Judaíca).

Vendo uma reportagem num jornal local fiquei a indagar sobre a situação do espiritismo em Uberaba, certa vez uma amiga de mocidade me disse que os demais colegas estavam com dúvidas sobre Deus. Trago em ditos de Karl Marx a cima e os explico a baixo, isto aqui é uma humilde contribuição ao Congresso Espírita em Uberaba, nos dias 18 e 19 de outubro.

Se o espiritismo tem perdido forças e raiz é porque sofre do mesmo mal do judaísmo, o mesmo mal que assolou o catolicismo e fez surgir o protestantismo. É contra esse mal também que o Espiritismo luta também. Chico Xavier foi um exemplo vivo de como se superar tal mal.

Chico poderia ter sido um dos homens mais ricos do mundo e certamente teria sido um dos mais ricos do Brasil. No entanto ele fez de sua obra real a divisão justa de toda riqueza produzida. Muito trabalho e caridade, essa foi a receita santa da vida do anjo Chico Xavier.

Mas a caridade espírita não pode ser constituída como algo efêmero e/ou místico. Mas sim pela fé raciocinada, pela ciência e pela filosofia cristã.

A obra de Chico foi sim uma obra de caridade. Mas sua caridade significou o reconhecimento de que sua obra não era apenas sua, mas de todos nós. A caridade espírita consiste em reconhecer que a total comunhão da riqueza é justa porque a sua produção sempre se dá pelo trabalho comunitário.

Quando Chico dividia riqueza material com o povo materialmente pobre, este mesmo povo dividia com ela a verdadeira riqueza. Dividiam entre si e com toda humanidade e espiritualidade. As forças com que Chico trabalhou vieram da comunhão espiritual e humana, por isso os frutos do seu trabalho também deveria ser entregue e esta comunhão. Chico se entregou a todos nós, porque todos nós fazemos parte dele, assim como ele é parte de toda humanidade e espiritualidade. E porque todos nós contribuímos para sua obra.
De forma excepcional Chico Xavier foi um homem feliz, porque ele não era deste mundo. Chico não viveu neste mundo, nem por um segundo!

O Espiritismo não é deste mundo, e se ele está se “perdendo” é porque ele está se mundializando.

Ou fortalecemo-nos nos exemplos cristãos de amor, igualdade e justiça e paramos de usar a doutrina dos espíritos para justificar nossa indisposição para a evolução espiritual, ou ficaremos parados no tempo e não encontraremos a felicidade e a vida real.

O Espiritismo se mundializa a cada minuto em que os espíritas perdem a pressa de serem verdadeiramente livres e felizes, se perdendo cada vez mais nas falsas delícias do mundo terreno.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Povo sem partido?


Engraçado como este atual movimento realmente tem balançado o país, nem tive coragem de afirmar algo em meu título, tudo está em questionamento. Os movimentos que explodiram no Brasil neste ano de 2013 oferece-nos a experimentação de uma nova forma de se manifestar, para além dos partidos. Mas será que isto é possível?
Para dar minha contribuição aos loucos que se aventuram aentender o que está acontecendo, como um acadêmico que sou, vou fazer um debate sobre a ideia que o povo tem de política, políticos e partidos políticos e sobre o que as ciências humanas e sociais dizem sobre estas categorias, porém não de forma muito academicista.

Tenho visto nas ruas a exposição pública de algo que já era de caráter público mas que se dá em espaços privados do século XXI, as redes sociais. O que se tem hoje nas ruas ninguém pode ainda afirmar, mas uma coisa é certa, é a extrapolação das redes sociais para as ruas. As avalanches populares que estão indo a ruas do Brasil é a avalanche cibernética das redes sociais, as avenidas estão como grandes "facebookes", cada um se apresenta como se sente e fala o que quer. Quem curte curte e compartilha, quem não curte não curte e fica tudo por isso mesmo. A ideia de rede superou a lógica dicotômica, não há divisão por ideias, há espaço para todas elas!

É um momento em que a democracia está plenamente vivida, o que faltava era exatamente que esse espaço plural e amplo para debates e apresentações de ideias tomassem conta do espaço público, a rua se fez o lugar comum das diversas reinvindicações. Porém, há claramente uma perda na qualidade do debate político, pois a massa das redes sociais é a massa que se orienta ainda pela grande mídia, mesmo que a redes sociais se apresentem como espaços para a diversidade de fontes de informação e bases de formação, a cultura de massa por séculos alimentada pelo grande espetáculo do pão e circo incide mesmo no conteúdo e na forma de apreender este conteúdo que nossa população consegue ter. Nada resolve um conteúdo alternativo se a visão popular é conservadora, e é esta a visão que está nas ruas.

Mesmo que toda essa movimentação tenha nascida de questões pontuais e provavelmente até mesmo supra pessoais é fundamental reconhecer que a população mobilizada acerta no cume das reivindicações: por uma nova lógica política e partidária para o Brasil. Mas nos debates feitos nestas mobilizações e que está sendo fortalecido pela imprensa de massa é uma pobreza nos argumentos, vejo as categorias Política e Partido Político sendo jogadas de um lado pro outro como se fossem coisas desprovidas de vida e de história, objetos sem conceito e sem valia a vida humana. Não é possível pensar um novo país, quando entendemos que sem política não se é possível nem o próprio pensamento e que sem os partidos não se pensa de forma diversa e nem se materializa. Outros momentos de extrema pobreza política que podemos observar nestes manifestos é quando o "político" também é tratado de forma desconceituada e desqualificada. Se não é possível nem se quer pensar sem política, sem o político então... nem o não seria possível.

Porque político é o Homem, o animal político, e não o deputado ou o senador, estes são parlamentares, congressistas, representantes. Nem os prefeitos, governadores e presidentes, estes são os governantes, e também não são políticos os críticos e participativos, estes são os cidadãos. O cidadão, o deputado ou o governador vêm depois do político, pois político é o Homem, o Ser capaz de pensar seu próprio pensamento, capaz de organizar a vida de sua comunidade comum, a comunidade humana, de forma inteligente, racional. Com isto, tem-se que política não é a prática de pedir votos ou de roubar o dinheiro público, estas ações se chamam respectivamente campanha eleitoral e corrupção. Política é a ordem, o sistema, ou o conjunto de regras e leis que os homens coletivamente, voluntariamente ou não, dão a sua vida em grupo e em sociedade. Desta forma a política de transporte público é a forma como os homens de um determinado grupo ou sociedade organizam o sistema de transporte entre si, se vai ter ônibus ou vans, se vai ter pontos de embarque, se vai andar nas ruas ou nas avenidas, os horários, as condições de trabalho, o preço do serviço, etc... Como se define coletivamente na politica de educação se terá escolas ou não, se terá mais professores ou mais livros, se as aulas serão de 1 horas ou 2 ou 3 ou 7 horas por dia, por semana ou por mês, talvez por ano, em fim... Isso é uma politica, a sistematização de como o serviço será desenvolvido, e ela será uma politica social a partir do momento que ela extrapola o individual e alcança o público.

A forma como as coisas se dão dentro de casa, a função de cada membro, deveres e direitos é a política familiar privada de cada lar, mas como a saúde do povo será tratada é uma política social, pois atinge toda a sociedade. Estas políticas sociais, de educação, de saúde de transporte, e etc... serão públicas sempre que a organização nacional popular, isto é, a política de uma nação, decidir que caberá ao Estado e aos governos executar estas políticas. Por tanto, politica social pública é aquela que se delega ao Estado sua responsabilidade. As ações de caridade dos centros religiosos são políticas sociais NÃO publicas, pois caridade não é papel do Estado, mas educação, saúde e transporte sim.
Mas, para Max Weber politica não é apenas a organização racional e coletiva de um grupo ou sociedade de seres humanos de um determinado território delimitado, para ele esta organização busca poder, e a organização humana em busca de poder é a política na sua essência. Assim, é fundamental entender ao menos que poder não é apenas o poder do Estado, mas poder enquanto possibilidade e direitos. Como por exemplo o poder de ir e vir, todo homem vai e vem porque PODE, tanto pelas suas possibilidades naturais físico-biológicas como pelo direito universal de ir e vir. Mas também o poder da dominação, isto é central para Weber, o fato de que o homem realiza consigo mesmo e com a natureza uma relação de dominação, seja pelo conhecimento, pelo capital, pela tradição ou pela idolatria. O Homem é o Ser que tem a capacidade de raciocinar sua vida comunitária, e essa vida se dará com a imposição de um sobre o outro, porque o homem busca poder o tempo todo em todo lugar.
Desta realidade observada e de fato vivenciada pelos homens é que se formam os partidos, isto é, partes da sociedade que se convergem em torno de uma ideia central e que vão buscar o poder de tornar essa ideia hegemônica e governante sobre todos. E essas divisões, os partidos, não se formam apenas no âmbito geral da sociedade, desde o menor grupo social, talvez a família as pessoas se unem e se dividem por interesses diversos, por vezes contraditórios e conflitantes.

Mas Gramsci viu a divisão social ampla dos povos das nações da Terra essencialmente dividias em dois grandes blocos, o bloco dos dominantes e o bloco dos dominados, Gramsci quase confundiu a formação social dos partidos com a divisão da sociedade em classes sociais, de Karl Marx, mas ele foi perfeito em seu pensamento ao deixar claro que o que divide o todo e reúne as partes são as ideias e mais, pelas vias da cultura. Assim, fazer parte da classe trabalhadora não necessariamente significa compor o partido dos trabalhadores, pois o que define a posição é a cultura, o modo de ver o mundo que um indivíduo tem. Os trabalhadores que pensam como os patrões compõe junto dos dominantes o partido do capital, assim como muitos membros da classe dominante passam a compor o partido dos trabalhadores geralmente quando entram nas universidades e passam a ter acesso as literaturas críticas e materialistas.

Então todo grupo que se reúne em torno de um ideal ou de uma ideia, é um partido. E em nosso cotidiano compomos vários partidos? Sim, e se estes conjuntos, essas agremiações, estão em busca de poder, poder qualquer, então esses partidos são políticos. Um grupo humano que se mobiliza em busca de alguma forma de poder é um partido e é politico, isto é, um partido político.
Mas o que nos importa aqui não é nos apegarmos nestes grupos pequenos, micros partidos políticos, mas compreender a complexidade dos grandes partidos políticos. O que chamamos popularmente de partidos, PT, PSDB, PMDB, PSB e etc... na verdade são legendas. Quando Gramsci diz que um partido é a união de uma parte da sociedade em torno de uma ideia que deve se tornar dominante e hegemônica em toda sociedade, e por isto é politico também, ele não deixa escapar que esta união não é apenas de pessoas, mas também de aparelhos democráticos, instrumentos políticos e democráticos de participação e de difusão cultural das ideias defendias pelo partido para toda sociedade, isto é, órgãos de imprensa, a Globo, a Veja e as mídias alternativas, aparelhos culturais, movimentos sociais, ONGs e instituições de produção de conhecimento como as fundações e institutos, como a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e o ITN (Instituto Tancredo Neve)s e principalmente as legendas.

As legendas por tanto não são o partido no todo, mas um elemento democrático que compõe este partido. A legenda é o elemento pelo qual este partido, esta parte da sociedade que se uniu em torno de uma ideia, de um projeto, e se organiza para difundi-la na sociedade inteira com o intuito de fazer desta ideia a ideia governante e hegemônica, disputa as eleições democráticas, diretas e universais. A legenda é o instrumento legal, jurídico e democrático pelo qual uma parte do todo disputará o direito, portanto o poder, de governar e executar suas ideias e projetos. Isto é, como a partir da eleição o Estado irá desenvolver as políticas sociais públicas, com a ideia, o intuito e os objetivos do partido vencedor nas eleições.

Por vezes a sopa de letrinhas, a diversidade de partidos nos Brasil nos faz pensar que temos muitos partidos políticos em nosso país, mas não, por muito tempo na verdade tivemos apenas dois partidos políticos, hoje poderemos ter três se a REDE se formalizar de fato, pois a REDE possui uma compreensão de sociedade para além da dicotomia esquerda e direita, afinal, o argentino Guillermo O'Donell afirma que para ser democrático um Estado precisa dar a seu povo ao menos seis opções, e não apenas duas. Mas fiquemos na analise dos dois partidos que historicamente digladiam pelo poder no Brasil, porém sempre com a vitória do partido do capital, como sentenciou Florestan Fernandes. O problema da "sopa de letrinhas" é que para a representação de uma ideia geral, tem-se outras organizações com ideias específicas, por exemplo, o partido dos trabalhadores teve por muitos anos várias legendas a sua disposição e em disputa no país: PCB, PC do B, PTB, PSB, MDP e PT, assim como o partido do capital também teve suas legendas representantes: UDN, PFL, PSDB, DEMOCRATAS, PPB > PP, o PL > PR, PMDB entre outros. São blocos de legendas, formadas por suas diversas especificidades, as legendas trabalhistas, as legendas socialistas e as legendas comunistas no bloco dos trabalhadores e as legendas progressistas, nacionalistas e liberais no bloco do capital.
O bloco capitalista, o partido do capital, sempre venceu as eleições nacionais no Brasil e toda revolução feita neste país foi digerida pelo chamado bloco da direita. Com as constantes vitórias capitalistas sobre os trabalhistas, o bloco dos trabalhadores foi aos poucos minguando, principalmente com a queda do muro de Berlin em 1989. Mas o grande marco migratório de legendas da esquerda para o bloco da direita se deu com a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela legenda do PSDB. O fato histórico que neste momento se deu desaguaria nas eleições de 2002. Com a reeleição de FHC o projeto global de avanço neoliberalista no Brasil passou a sofrer forte combate político pelo bloco de esquerda, principalmente pelas manifestações e organizações dos movimentos sociais que historicamente compõe o partido dos trabalhadores já que as legendas estavam ainda se recuperando do forte golpe sofrido pela vitória esmagadora de FHC sobre Lula em 1998.
2002 explícita uma mudança estrutural no quadro político brasileiro e no tabuleiro estratégico do partido do capital. Legendas que até então sempre haviam composto o bloco da esquerda migraram para o bloco da direita, a dicotomia política passou a ser tratada como uma questão pessoal entre Lula e FHC.

As diferenças não eram mais divergências de projetos políticos e societários entre duas classes, mas sim questões pessoais entre os dois maiores lideres nacionais, que agora estriam juntos no mesmo partido, no partido do capital.

Após não apoiar Tancredo Neves e perder as eleições para os dois Fernandos, Collor e Henrique, Lula lidera a migração do sub bloco PT-PC do B para compor o conjunto de legendas a disposição do partido do capital, o que se teve foi um processo de troca de favores, Lula havia aprendido o quão é determinante a força do poder econômico nas eleições e ser presidente do Brasil não era mais um projeto politico, mas uma questão de honra pessoal. Por outro lado, o bloco capitalista viu nas legendas PT e PC do B e na liderança do militante Lula a possibilidade melhor que havia para garantir o avanço neoliberal no Brasil com a concessão dos movimentos sociais, que até então havia conquistado muitos direitos e haviam posto celeridade ao processo da reforma agrária no Brasil no governo FHC.

E assim se deu a eleição de Lula ao governo federal, com a missão de abrir caminhos menos árduos ao projeto de privatização do Brasil sem o importuno das massas, que então foram cooptadas para o lado de dentro da estrutura do Estado, todas as entidades históricas dos movimentos estudantil e sindicalistas dos Brasil e parte dos movimentos de luta pela terra também migraram, pela liderança do presidente Lula para o bloco capitalista.

Hoje, as privatizações em setores estratégicos do desenvolvimento nacional é uma realidade posta pelo governo petista: estradas, rodovias, portos e aeroportos, e a pior de todas as privatizações da história do Brasil, a privatização do ensino superior público federal. Privatizar as universidades públicas significa entregar ao mercado, ou setor produtivo, o centro de formação de conhecimentos de compreensão, crítica e combate ao domínio dos interesses econômicos sobre o interesse do próprio desenvolvimento humano do povo brasileiro. Está completa a missão de Lula a frente do governo federal, após liderar o processo de migração do PT-PC do B, e dos movimentos sociais para o partido do capital, agora há um movimento de fazer migrar no mesmo sentido a elite intelectual formadora de opinião e produtora de conhecimentos científicos instaladas nas universidades públicas federais. Todas as demais legendas migraram com PT-PC do B para o bloco direitista, compõem o governo petista e dividem ao mesmo tempo o pão e o circo da direita travestida de esquerda.

O bloco de esquerda se enfraqueceu mais ainda com as migrações, mas também passou por mudanças, soube se reformular, hoje temos visivelmente três legendas a sua disposição para enfrentamentos eleitorais: o resistente PCB e os novatos PSTU e PSOL, formados por integrantes das legendas migratórias e que resolveram, independentemente dos novos rumos de suas legendas, ficar no bloco dos trabalhadores e reformular a luta pelo projeto trabalhista para o Brasil. Novas entidades dos movimentos sociais também surgiram, no movimento sindical e no movimento estudantil, recuperando a laço essencial entre partido político e povo.

O enfraquecimento do laço entre as legendas e o povo, distanciamento alimentado pela cultura de massa da mídia corporativista de direita é a causa natural deste processo de repulsa popular pelos "partidos". As legendas se fecharam em sí mesmas dentro do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, havia uma certeza de autossuficiência, abandonou-se a função da legenda de estar sempre próxima do povo e dos movimentos sociais disseminando cultura e apreendendo as reais necessidades e interesses da sociedade. E por isso é possível se compreender esse caráter apartidário dos movimentos de 2013.

Por isto os movimentos de 2013 no Brasil acertaram no cerne da questão brasileira, os compromissos dos partidos políticos que estão no governo central desde 1500, de Cabral à Dilma e portanto a urgência de um novo sistema, mas novo não na estrutural funcional, novo nos compromissos e objetivos, passou da hora de experimentarmos um governo do partido dos trabalhadores, e talvez realmente já tenha passado da hora, o século XXI chegou, a era da informação nos engole a cada dia mais e a certeza de que há outros lugares para se viver além das velhas casas da esquerda e da direita é uma ideia que ganha cada vez mais força no Brasil.
Porem é preciso ter cuidado, o discurso apartidário está sendo incentivado pela grande mídia, para que a população de distancie cada vez mais dos espaços democráticos de deliberação política sobre os rumos e o futuro do Brasil, somado a isso o governo federal está tentando se apropriar deste movimento nacional, usar o desconhecimento popular para empurrar goela abaixo do povo um projeto antidemocrático de reforma política, que fortalece o clientelismo, o coronelismo e as oligarquias políticas instaladas no poder central.

Não é que tenhamos que viver e nos organizar sem partidos políticos, até porque isto seria impossível. As legendas mudaram, perderam o seu poder, se transformaram, afinal sem feitas por homens e o homem se transforma a cada dia e condicionado pela lógica em que se vive. O que precisamos é recuperar o poder de representatividade das legendas, criar formas de dialogo constante e populares, está ai a era da informação e da comunicação, precisamos repensar a constituição dos partidos políticos no século XXI a fim de que possam resgatar seu papel de interlocutor entre o povo e o Estado, diminuindo as distancias, democratizando os processos eleitorais e popularizando os instrumentos democráticos que formam os partidos políticos.

A formação das legendas foram conquistas populares que custaram vidas e sangue! Não é preciso jogar tudo fora e esquecer o passado, precisamos ressignificar a vivencia e democratizar os instrumentos construídos. Mais do que nunca é preciso participar! A final, foram as legendas que se afastaram do povo ou o povo que se afastou das legendas ao crer que tudo o que se tinha para conquistar estava dado e que portanto era hora de cuidar cada um da sua própria vida e deixar a coisa pública nas mãos dos poucos eleitos? Se o exercício da democracia no Brasil se limitou ao voto cabe repensarmos as prioridades da nossa sociedade!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Emendas Parlamentares: a farra do jeitinho brasileiro.

Emendas Parlamentares: a farra do jeitinho brasileiro.

A (pseudo) democracia brasileira foi erguida sobre um sistema tripartite institucional: executivo, legislativo e judiciário. São estas as três casas que devem resguardar a democracia de nossa nação. Para tanto há alguns pressupostos que precisam ser respeitados para que tudo ocorra bem. 

Hoje quero falar de um deles e de como as coisas são feitas no Brasil para não dar certo mesmo. Sempre se busca um jeitinho para agradar a "todos" driblando as regras que nós mesmos constituímos.
Nesta semana estive na reunião do conselho municipal de assistência social de Uberaba. Não sou conselheiro nem nada, fui como um cidadão, e creio q eu todos que têm disponibilidade para ir, também deveriam ir, mas isso é outra questão. A questão que me faz pensar aqui com vocês foi ter descoberto como funciona a tal da Emenda Parlamentar em Uberaba e perceber o quanto ela na prática significa uma farra eleitoreira com dinheiro público.

As emendas parlamentares funcionam da seguinte forma: o município reserva parte do seu orçamento para as entidades que prestam serviços de assistência social no município, faz uma ista do que cada entidade mais necessita e repassa estas informações aos vereadores. A prefeitura divide a fatia das entidade pelo numero de vereadores, para que cada vereador possa se beneficiar da mesma quantia em dinheiro que os outros também terão para "doar" as instituições registradas no Conselho. Então os vereadores indicam as instituições que eles querem beneficiar com as doações, que são as emendas parlamentares, e o município executa os pagamentos.

Tal prática é uma aberração legal e moral que acontece não só na terrinha mas em todo o país e em todas as esferas de governo. Há duas questões centrais no caso. Primeiro que o pressuposto de que os poderes executivo e legislativo sejam independentes e autônomos entre si, se vai por água à baixo. Porque, por mais que seja o executivo quem executa o orçamento, como de fato deve ser, a nítida interferência do legislativo no processo executivo. O papel do legislativo seria o de fiscalizar esta execução. Mas com qual independência e impessoalidade um vereador irá fiscalizar um processo no qual ele foi sujeito e protagonista? Está assim decretado o Pão&Circo uberabense. Até porque dai vem a segunda grande questão, esta situação se configura num claro processo de compra de votos com dinheiro público da assistência social. Ora, a equipe que faz parte de uma instituições que recebe verba de um determinado vereador, vai votar e fazer campanha pra qual candidato? Claro que fão campanha pro vereador que "deu dinheiro" pra sua entidade, certo? É a cultura do clientelismo, toma lá, dá cá. São as políticas públicas, idealizadas num processo de mobilização popular e de redemocratização do país sendo utilizadas para o benefício privado de uns ou outros.

Não estou criticando as entidades que precisam destas verbas e nem os membros destas, pois precisam garantir o funcionamento das mesmas. Estou apontando o quanto o sistema é pensado para beneficiar os interesses políticos dos sangue sugas do dinheiro público.

Não é só defender o fim das emendas parlamentares, pois concentrar tudo no executivo é simplesmente centralizar o poder de barganha numa pessoa só. como foi feito na COHAGRA nos anos anteriores (quem é de Uberaba, sabe do que to falando aqui. Trata-se de defender que esta fatia destinada as entidades de assistência social, seja totalmente investida no fundo municipal de assistência social, cabendo aos conselheiros e conjunto decidirem sobre a aplicação da verba.

Dar aos vereadores o poder de barganhar com o dinheiro público e explorar eleitoreiramente as necessidades das instituições de assistência social do município é um escândalo de imoralidade e ilegalidade que precisa ser combatido!

sábado, 31 de agosto de 2013

Mais ou outros médicos?


Temos visto na mídia e nas redes sociais todo o debate em torno da vinda dos médicos cubanos para o Brasil. A Associação brasileira de medicina rechaça o programa da presidente Dilma, assim como os conselhos de medicina. Há muitas coisas em disputa e debate neste caso específico, algumas questões estruturas, como a velada “guerra fria”, a guerra ideológica comunismo x capitalismo, o preconceito com os cubanos, o papel do Estado perante a saúde pública, a orientação ético e política da formação em medicina no Brasil, a falta de interesse de médicos brasileiros em atuarem em certos lugares, versus a omissão e a negligencia do Estado, pois bem, vamos a algumas considerações.
Primeiro que me nego a falar sobre tal questão, sem antes pensarmos a relação Estado e sociedade, para entendermos um pouco das angustias postas neste caso. Para tanto vou fazer uma discussão mais avançada para não ter que ir na origem da “coisa”, pois agora não é hora disso...
Veja, o Estado é a organização política, administrativa, econômica, cultural e ideológica das elites dominantes. Isto, pensando um Estado imerso na lógica capitalista como o Brasil. Logo, a vida neste Estado é uma experiência genuinamente mercadológica, as pessoas são formadas para consumir e consumir, inclusive os médicos. A formação em medicina nos países capitalistas, como toda e qualquer outra formação, se dá com orientação de mercado e não de cuidado humano. Está característica está na contradição, entre os interesses do Homem e do capital, inerente a todo Estado capitalista. É preciso que o povo brasileiro comece a entender a diferença entre Estado e governo. E este episódio do programa Mais Médico é uma boa oportunidade para este exercício.
O que o Estado brasileiro, ou seja, o gestor dos interesses dos grupos financeiros, quer para a medicina e a saúde no Brasil? Primeiro, uma formação mercadológica em medicina, segundo: a falência da saúde pública, e é simples entendermos por que. Se o SUS for de qualidade o mercado e a indústria da doença terão lucro? Claro que não... Como são os grandes empresários que elegem a imensa maioria dos parlamentares e dos governantes, então eles conseguem determinar como será a saúde pública: ruim, para que a saúde privada tenha força e acumule capital com a doença do povo trabalhador. Simples néh?
Pois bem, o governo difere-se do Estado. O Estado é a estrutura burocrática que determina a nação o governo é o conjunto de pessoas que se propõe a implementar políticas nesta nação. E apesar de serem coisas diversas, sempre andaram de mãos dadas, os governantes sempre foram de fato gestores dos interesses das elites financeiras, até que...
A presidente Dilma Roussef enquanto governante vive a experiência mais contraditória de um presidente do Brasil. Ela é comunista, crê numa sociedade onde a riqueza socialmente produzida é igualitariamente divida, o que se difere do ideal capitalista, que defende a concentração da riqueza numa elite dominante em detrimento da multidão trabalhadora que deve ter o mínimo para viver.
Nesta contradição, entre gestar os interesses do capital e dar um viés comunista ao seu governo a presidente Dilma investiu no programa Mais Médicos, e ela foi inteligente, seguiu um passo-a-passo estratégico. Abriu as vagas para médicos brasileiros, aquelas que os médicos daqui não quiseram, ela chamou médicos de fora pra assumirem essas vagas. Certo? Certíssimo.
Fico me perguntado, e se o governo brasileiro estivesse importando médicos americanos, europeus e japoneses, será que nossa mídia burguesa e nossos médicos iriam contra? Duvido muito.
Ai está claro o preconceito “anticubano”. O povo cubano tem outra visão de mundo, outra forma de ser e estar no mundo, a vida deles não gira em torno de acumular riqueza, pelo contrário, gira em torno de dividir a riqueza, e isso é uma ameaça ao sistema capitalista brasileiro. O problema não é o governo brasileiro preencher as vagas renegadas com médicos estrangeiros, o problema é que os cubanos podem imprimir nas comunidades onde eles atuarão uma idéia de vida anticapitalista, e isso é mau, para nossa elite.
A classe médica brasileira é uma das mais ortodoxas, conservadoras e reacionárias que temos. São extremamente capitalistas e não arredam o pé. Por isso toda esta oposição. O capitalismo confere aos médicos, no Brasil, não apenas o acumulo de riqueza material e de conhecimento, mas um status diferenciado, uma posição social de autoridade, um ar de superior, todas essas pompas fetichizadas do capital. Se nossa classe médica defende uma saúde pública de qualidade precisa começar a criticar o determinismo econômico na gestão da coisa pública em favor da “coisa privada”. Isto eles não fazem e não querem fazer.
Há, porém, um outro elemento nesta história toda que até poderia mudar meu posicionamento nesta questão, o fato de que grande parte dos salários dos médicos cubanos irá para manter o governo Castro, a ditadura travestida de comunista. Esta é uma questão extremamente delicada. Ao contrário do que pôde parecer até aqui, eu não sou a favor da ditadura “comunista”, não sou a favor de nenhuma ditadura e me revolta saber que o povo brasileiro agora irá ajudar a financiar a ditadura Castro em Cuba. Há um equivoco na esquerda mundial em continuar legitimando esses governos totalitários em nome do comunismo.

Em fim, apesar de todas as contradições, a presidente Dilma mostra extrema coragem, ao enfrentar o patriarcado brasileiro, ao encarar a classe médica e marcar posição firme na defesa de uma saúde socializada e humanista. O programa Mais Médicos quer na verdade dizer Outros Médicos, ou melhor Outra Medicina, outra lógica de saúde pública para o Brasil. Para isso o povo brasileiro precisa compreender o quanto o poder econômico determina as ações do Estado, dos governos e do parlamento em detrimento dos interesses e da vontade dos trabalhadores.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Limpar as ruas de Uberaba

Haverá brevemente em Uberaba uma reunião entre prefeitura, secretarias de saúde e de desenvolvimento social, autoridades policiais e a direção do albergue municipal para discutir e resolver “o problema dos moradores de rua” em Uberaba.

O que é que se pode esperar desta reunião? Uma política humanista que tenha como objetivo viabilizar o acesso à cidadania e aos direitos sociais a estas pessoas? Ou uma política higienista, com o único intuito de limpar a cidade e permitir que nossa elite agrária não tenha mais o incomodo de olhar para o produto seu?
Vale lembrar que a imprensa local já vem, nos últimos dias, de forma bem intensa, preparando o terreno para que o comitê gestor dos interesses da elite ruralista uberabense venha agora agir oprimindo mais uma vez o povo excluído.

Sim! Nossa imprensa local, que é muito reacionária e conservadora, tem “decido a lenha” na população de rua, condicionando a opinião pública a comprar a ideia da criminalização dos povos marginais e legitimar ações fascistas e intolerantes, que visam enquadrar os sujeitos na engrenagem da sociedade rural de Uberaba.

Ora! Quem é que se manifestou primeiro em Uberaba contra os moradores de rua? Os donos dos órgãos de imprensa locais, que serão os primeiros a se beneficiar da limpeza sanitária que certamente será promovida aqui na terrinha da farinha podre.

Claro que na verdade esta posição dos nossos jornais locais tem preço. São posições que expressam os interesses da nossa elite burguesa feudal e mercantil uberabense!!!

Limpar as ruas da cidade, para manter o ar hipócrita que se respira na terrinha do pobre Chico e garantir o lucro da burguesia mercantil!!!
Ao povo excluído, mais exclusão!!
A César o que é de César...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Por que o Espiritismo é antimarxista?

Primeiramente quero me desculpar com aqueles poucos, bem poucos, que estão acostumado a acompanhar algumas discussões que realizo neste espaço, por neste momento estar trazendo uma questão particularmente religiosa, ainda mais neste momento em que a sociedade brasileira confunde o Estado laico com Estado ateu. Mas é que um artigo de Francisco Amado me chamou a atenção, seu texto se intitula: "Por que o Espiritismo é antimarxista", o mesmo título que dei a minha resposta. Reproduzi o titulo porque a intencionalidade por trás dele é outra, enquanto Francisco Amado faz um esforço de responder, meu intuito é o de devolver a pergunta a ele depois de uma analise crítica de sua obra, que deu fruto a este texto que se segue.
Peço novamente desculpas, agora somente ao Francisco Amado, pois para desenvolver meu trabalho tive que praticamente copiar o texto todo para ficar mais claro aos leitores a discussão travadas aqui.
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"Porque o Espiritismo é antimarxista? 
Porque o Espiritismo é antimarxista?  Por: Francisco Amado 

Francisco: Como filosofia moral, a Doutrina Espírita é contra a ditadura, a coerção, a exploração do homem, a corrupção, a legalização do aborto o estado total." 

FAAR: Preciso ver onde diz que a filosofia espírita é uma filosofia moral,  e oque é moral para o espiritismo. Minha compreensão, e creio que a do espiritismo seja a mesma, é a de que a moral é um conjunto de recomendações para que o Homem haja sempre com a razão e não com o instinto,  e o trabalho enquanto meio pelo qual o homem desenvolve sua capacidade racional é a defesa da teoria de Marx.  

 Francisco: "O Espiritismo defende o direito a propriedade legitima a dignidade do homem, a livre iniciativa, a meritocracia e a liberdade individual. Fazendo uma analise comparativa entre a Doutrina socialista de Karl Marx e a Doutrina Espírita você encontra, muitas diferenças e poucas semelhanças." 

FAAR: como é possível se conceber a posse de um sem a ausência desta mesma posse a outro? E o espiritismo defende a posse? Porque o Cristo não tinha nenhuma posse material além de seu próprio corpo. Propriedade legitima, legitimada por quem e pelo o que? Pelo trabalho? Qual trabalho? O que reproduz bens de consumo ou o que reproduz a vida humana? A meritocracia dita acima culpabiliza o individuo indivualmente ou considera as condições materiais e objetivas da vida de cada homem? A livre iniciativa e a liberdade neste contexto significam o que exatamente? Não dá pra propor um debate filosófico entre duas teorias que estão postas como contraditórias sem especificar os conceitos. Entendo a livre iniciativa como o livre arbítrio do ser, mas esse livre arbítrio é real nesta sociedade de cooptação ideológica numa sociedade onde se tem uma logica hegemônica? 

Francisco: "Karl Marx : Construiu sua doutrina com bases materialistas, teve sua razão de ser e sua época e a história já provou e comprovou que não funcionou em lugar algum do planeta. Allan Kardec: Desenvolveu sua Doutrina através da pesquisa e do estudo em bases espiritualista e cientifica." 

FAAR: Qual teoria tem funcionado? O que quer dizer funcionar? Servir ao desenvolvimento espiritual e moral do homem ou funcionar como uma engrenagem que funciona por funcionar? Funciona para que e para quem? 
As pesquisas e os estudos desenvolvidos por intermédio de Kardec eram reais, materiais, objetivamente existentes ou foi tudo uma idealização, um sonho, um fruto de imaginação? As bases espiritualistas e cientificas do kardecismo tem fundamento em que? Na existência concreta e material dos seres no universo? 

Francisco: "Marx: Acredita em um homem novo comunista melhor do que o homem velho capitalista. Kardec: Aprende com os espíritos superiores, que o homem novo é integral e vai atingir seu objetivo través das diversas reencarnações."  

FAAR: O homem não fragmentado é o sonho de Marx, ele também defende a integralidade do ser, e se a termo "melhor" está posto acima como algo novo que supera o velho, sim, o homem comunista é melhor do que o capitalista, até porque o capitalista é uma (com)sequência do estado de natureza de onde o ser humano provém, o comunista é o critico e desapegado do instinto. É o homem racional, pois compreende que a socialização é fundamental para a manutenção da vida humana como igualdade e justiça. Sobre a religião, e kardecismo já era uma realidade na Alemanha na época de Marx? 

Francisco: "Marx: Doutrina que as questões sociais são materiais. (Aquela pessoa que não tem carro ou casa ou estudo a culpa é de quem tem) Kardec: Revela que as questões sociais têm sua gênese no plano espiritual e contribuem para evolução do homem." 

FAAR: Primeiro que Marx evidencia uma realidade concreta e material da vida humana de seu tempo e dos tempos atuais, a divisão da sociedade entre duas classes, uma que domina pelo poder econômico, pela concentração do conhecimento, pela tradição baseada na cooptação do Estado. A plano espiritual tem sua gênese no que?  

Francisco: "Marx: Teoriza que o homem vive uma só vez. Kardec: Pesquisa, estuda e prova a reencarnação." 

FAAR: Seria possível Marx conhecer a teoria da reencarnação em sua época?  
Francisco: "Marx: Defende que a igualdade social se conquista com sangue, na luta de classes. Kardec: Ensina que a praga social e na verdade o egoísmo e a arma contra ela é a educação moral." 

FAAR: Não me lembro onde Marx incentiva a conquista a justiça pelo sangue, mas se o fez, em qual sentido utilizou esse termo? Cristo também nos aconselhou a beber do seu sangue, mas em qual sentido? A praga social é o egoísmo, o de onde provem o egoísmo do nosso tempo? O comunismo e o socialismo são teorias de combate ao egoísmo e a ganancia.  

 Francisco: " A Verdade é que a doutrina socialista quer impor uma regra que vai de encontro às leis da natureza, onde a consciência individual é absorvida pela coletividade, se busca apenas conquistar direitos, sem lembrar, que o gozo destes direitos não pode ser alcançado sem a prática dos deveres."

FAAR: " O socialismo é uma doutrina que se opõe no método ao positivismo, esse sim entende a sociedade como  um sistema funcional idem a natureza, no comunismo a consciência individual não é absorvida pela coletividade, mas sim, com o avanço da razão humana, e não da razão capitalista, o homem compreende que o bem comum é também o seu próprio bem. Se Jesus pensasse somente nele e em sua família teria cometido o maior sacrifício da história pelo bem comum de todos os homens? Se Jesus se sacrificou para atender as suas próprias necessidades espirituais, isso não seria uma forma de egoísmo? O debate entre direitos e deveres proposto aqui está extremamente raso. 

Francisco: "O direito sem o dever, que o limita e corrige, só pode produzir novas dilacerações, novos sofrimentos, não é o que estamos assistindo todos os dias na TV?  

FAAR: O homem sempre cumpre antes de tudo seu dever maior, o do trabalho, cumprido este dever o direito é consequência lógica, porque o direito a livre iniciativa não tem nenhum dever pressuposto, se é livre, é livre de deveres? O direito é reconhecimento e garantia das condições para o desenvolvimento humano do homem. Ah! E sobre o que se vê na TV... É o que se vê, ou é o olhar de alguém, condicionado a interesses diversos, sobre situações concretas, consequências de um conjunto de fatores que não são apontados nas reportagens policiais sensacionalistas?  

Francisco: "O problema das doutrinas socialistas marxistas é a ignorância absoluta do homem, de seu principio essencial que é espiritual, e das leis que presidem seu destino." 

FAAR: O marxismo não ignora absolutamente o homem, essa é um tipo de afirmação incondizente com a conduta espirita. Marx afirma que o homem tem sua dimensão ontológica no trabalho concreto e material. E de fato sem esse trabalho o corpo material do ser não teria evoluído a ponto de ser capaz de comportar o espirito, essência humanizadora do ser. As leis do universo têm base no vida concreta do ser ou numa idealização, num sonho ou numa fantasia?  

Francisco: "Ao ignorar o homem individual, não se tem parâmetros  para governar o homem social, e acaba criando leis equivocadas e na maioria das vezes funestas como por exemplo a lei da palmada da deputada Maria do Rosário, do PT do RGS." 

FAAR: Como já disse acima, o marxismo aposta no desenvolvimento humano pela evolução de sua inteligência e de ética. Isso significar viver de forma mais distanciada o possível do estado de natureza. A educação baseada na violência física, na agressão, condiz mais com o reio animal do que com a capacidade humana de educar pelo amor.   

Francisco: "(Marx) Trata as crianças como um ser coletivo não como um ser  individual." 

FAAR: Marx não seria tão contraditório ao negar a existência material e concreta da unicidade dos seres, sua teoria na verdade problematiza o que é o ser, enquanto um complexo de determinações não apenas organizas e biológicas, mas também ideais, culturais, políticos, sociais, ambientais. A afirmação sobre'posta não tem fundamento nas obras e nas palavras de Karl Marx.  

 Francisco: "que diz a doutrina sobre as crianças? 379. O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão desenvolvido quanto o de um adulto?         — Pode mesmo ser mais, se ele mais progrediu, pois são apenas os  órgãos imperfeitos que o impedem de se manifestar. Age de acordo com o instrumento de que se serve.  Hora se não se analisa esta questão com determinar boas regras de educação? Acaba por colocar mais obstáculos tanto ao convívio dos pais com seus filhos com contribui para a desobediência, vemos os estado invadindo a intimidade do lar sob a desculpa da proteção do menor.  Assim com se fez com o ECA . Os defensores do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – sempre citam o fato de que a legislação é um “avanço” e uma lei premiada internacionalmente como grande exemplo para outras nações. O que eles esquecem de dizer é que nenhuma outra nação quer aplicá-la ou mesmo declara estudar sua implantação." 

FAAR: os militantes da teoria critica entendem a criança como um ser em desenvolvimento, que portanto precisa de toda proteção biopsicossocial que lhe garanta condição para seu pleno desenvolvimento. O Estado não entra nas casas das pessoas para invadir a "pseudoprivacidade" das pessoas, mas em casos extremos para garantir que as crianças não sejam violentadas por sua família. Não entendeu nem o ECA, e nem a teoria marxista. Aliás, no texto "O Homem de Bem", o Evangelho Kardecista diz: "O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo [...], toma a defesa do fraco contra o forte [...]. Se o Estado tivesse mais liberdade de adentrar as casas das pessoas provavelmente não teríamos tanta violência doméstica contra idosos, mulheres e crianças. Ah! E contra os animais também. 

Francisco: "Não se transforma uma sociedade por meio de leis. A sociedade é o resultado das forças individuais, boas ou perversas, para se melhorar esta sociedade é preciso agir primeiro sobre sua inteligência e sobre a consciência dos indivíduos." 

FAAR: As leias não mudam as sociedades, as sociedades estão em estado de constante mudança, por que o homem é um ser em constante mudança e evolução. As leis devem apenas reconhecer o que está posto materialmente e prever garantias ao desenvolvimento humano. A sociedade não é apenas o resultado das forças individuais, mas também das forças coletivas e do movimento do convergência e divergência entre individuo e sociedade, senão estaremos refutando a cultura, a sociabilidade e a política. Ah, refutaríamos inclusive a religião!!! 


"Todavia é preciso em primeiro lugar saber uma coisa, que importante. Vamos imaginar a seguinte circunstância. Você sofreu um acidente e acordou no hospital. O acidente foi grave e houve a necessidade de extrair uma parte do seu corpo.  O ano é 3311 e a tecnologia médica está bastante avançada. Para você ter uma idéia do avanço da medicina, a parte que removeram do seu corpo, foi do pescoço pra baixo. Sua cabeça é mantida viva em uma máquina e você consegue se comunicar normalmente com as pessoas a sua volta.  E podemos afirmar que não é tão hipotético, já que os casos de tetraplegia só deixam a cabeça funcionando, embora ainda ligada ao corpo.  O ator Christopher Reeve, por exemplo, mesmo com os movimentos limitados quase a fala, antes de morrer escreveu um livro, criou uma fundação de pesquisas e atuou em um dos episódios de Smalville (SBT), além de ter feito palestras dentro e fora dos EUA.  Agora responda a seguinte pergunta: se você fosse reduzido a uma cabeça, você continuaria sendo você? Não diga que seria apenas a cabeça. O que eu quero saber é em qual lugar do seu corpo você está. Na divisão do corpo com a cabeça, se os dois ficassem vivos, você estaria aonde? No corpo ou na cabeça?  Creio que sua resposta seja ‘na cabeça’. Mas em que parte da cabeça? Se tirar a pele você continua sendo você? E se tirar os ossos? As orelhas? O nariz? A boca? Os dentes? No final só vai restar o cérebro. Se ele pudesse ser ligado a uma máquina para te devolver o sentido da visão, tato, olfato, audição e paladar e esta máquina ainda permitisse que você falasse, ainda seria você?  O Stephen Hawking é um gênio da física e sua condição humana é quase isto que eu descrevi.  Está percebendo que você está no corpo, mas você não é o corpo? O cérebro já foi mapeado e os cientistas não encontraram nenhuma parte onde pudesse estar o SER. E por falar no SER, o que somos afinal? Não quero a classificação científica nos reduzindo a seres de carbono. Por que um Stephen Halkings é aclamado mundialmente e outra pessoa em plena forma física nem tanto?  Aristóteles; fundamenta a tese que “o homem é um animal social” Descartes; o homem alguém que pensa Marx; trabalha Kant; que julga  Para a doutrina espírita os homens são espíritos que se encarnam, fazendo-se seres humanos para modelar este mesmo mundo, e cada um de nós trás em sua bagagem uma tarefa e uma responsabilidade individual e intransferível.  A doutrina espírita é incompatível com o socialismo marxista, pois não é materialista, reconhece que a história que se passa na atualidade teve sua gênese em vidas anteriores. ( FAAR: vidas materiais???)  Explica no livro dos espíritos sobre  A LEI DIVINA OU NATURAL - LEI DE ADORAÇÃO - LEI DO TRABALHO - LEI DE SOCIEDADE - LEI DO PROGRESSO - LEI DE IGUALDADE  Sobre esta ultima vamos pinçar algumas perguntas que contradizem as teorias marxistas, comunistas e socialistas."


FAAR: O Marxismo e nem o Espiritismo trabalham com hipóteses, mas sim com conhecimento científico do que se tem acumulado da experiência vivida, materialmente, objetivamente, realisticamente, pelo ser. 

 "804. Por que Deus não deu as mesmas aptidões a todos os homens?       — Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um deles viveu mais  ou menos tempo, e por conseguinte realizou mais ou menos aquisições; a diferença está no grau de experiência e na vontade, que é o livre-arbítrio: daí decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente, o que lhes dá aptidões diversas." 

FAAR: Essa pergunta não contradiz a teoria de Karl Marx, pelo contrário, vai ao encontro dela, veja que o que é central para Marx é também central aqui, o verbo: REALIZOU. O materialismo de Marx não é esse que conhecemos pelo senso comum que representa a ideia de apego aos bens materiais, mas sim o trabalho material e objetivo do Homem. Primeiro porque se não fosse pelo trabalho, ou realizações do ser, não teríamos constituído o cérebro ideal para a acoplação do espírito, isso se deu pelo trabalho do ser. A resposta dos espíritos coloca muito bem, de acordo com Marx, que são as realizações, por elas, isto é, pela atividades materiais e objetivas do ser que se produz as possibilidades da evolução humana, experiência, vontade e aptidões diversas. É preciso compreender o que é materialismo para Marx! 

"811. A igualdade absoluta das riquezas é possível e existiu alguma vez?      — Não, não é possível. A diversidade das faculdades e dos caracteres se opõe a isso." 

FAAR: Esse artigo também não se contrapõe ao Marxismo, e melhor, ao socialismo, os espíritos bem disseram, não é possível uma igualdade na sentido de unicidade de tipo de riqueza, ou seja, não há apenas um tipo de riqueza, mas sim vários, e por isso nenhuma será igual a outra. O que não quer dizer que haja obrigatoriamente por determinação divina uma hierarquia entre os tipos de riqueza, Deus não disse que a riqueza econômica é maior e mais importante que a riqueza intelectual, ou a riqueza física e/ou ambiental, e a riqueza cultural? Não há uma verticalização, isso é socialmente construído, não é uma determinação divina. 

 "811 – a) Há homens, entretanto, que crêem estar nisso o remédio para os males sociais; que pensais a respeito?      — São sistemáticos ou ambiciosos e invejosos. Não compreendem que a igualdade seria logo rompida pela própria força das coisas. Combatei o egoísmo, pois essa é a vossa chaga social, e não corrais atrás de quimeras." 

FAAR: Se aqui os espíritos estivessem refutando a ideia de que é possível uma justiça social e uma horizontalidade e não-linearidade das forças, dos poderes e das riquezas, então estaria sendo contraditório ao dizer: "combatei o egoísmo [...] e não corrais atrás de quimeras", pois a desigualdade social é exatamente a representação real do egoísmo e da vivencia humana sobre bases de quimeras, miséria.  

"É sempre a essa doutrina que se deve ir buscar armas quando se trata de atacar, por qualquer lado que seja o problema das desigualdades. As almas humanas estão mais ou menos desenvolvidas segundo suas idades e, principalmente, segundo o emprego que fizeram do tempo que têm vivido; não fomos todos lançados no mesmo instante ao turbilhão da vida; não temos caminhado todos a passo igual, não temos desfiado todos do mesmo modo o rosário de nossas existências. Percorremos uma estrada infinita. Daí procede à razão pela quais tão diferentes nos parecem as nossas situações e os nossos valores respectivos; mas para todos os alvo é o mesmo. Sob o açoite das provas, o aguilhão da dor sobe todos, todos se elevam. A alma não é feita de uma vez só; a si mesma se faz, se constrói através dos tempos. Suas faculdades, suas qualidades, seus haveres intelectuais e morais, em vez de se perderem, capitalizam-se, aumentam, de século para século. Pela reencarnação cada qual vem para prosseguir nesse trabalho, para continuar a tarefa de ontem, a tarefa de aperfeiçoamento que a morte interrompeu. Daí a brilhante superioridade de certas almas que têm vivido muito, granjeado muito, trabalhado muito. Daí os seres extraordinários que aparecem aqui e ali na História e projetam vivos clarões no caminho que a humanidade percorre. (O Problema do Ser e da Dor_LEON DENIS ) Poderia postar aqui mais uma centena de contradições entre o socialismo e a doutrina espírita, a intenção deste artigo foi chamar a atenção daqueles que abraçaram a doutrina espírita como sua filosofia de vida, mas serve para aqueles que a conhecem superficialmente venha absorver este conhecimento e colocar sob o crivo da razão. Se alguém tiver mais alguma coisa para contribuir que deixe nos comentários, e quem ficou curioso visite a REPÚBLICA DOS ESPIRTOS."  
(Francisco Amado; Enviado por Francisco Amado em 31/07/2011 Código do texto: T3130687) 


FAAR:
 O marxismo não converge apenas com o espiritismo no fato de que ambos defendem a produção e a reprodução da vida humana pelas realizações realizadas pelo ser na sua existência material, mas também pelo fato de que sua leis, tanto as leis dos espíritos quanto as leis da teoria marxista são baseadas em experiências concretas, materiais e objetivas, realizadas no tempo histórico, dai a diversidade. Ora! Kardec realizou experimentos empíricos no inicio de sua obra espírita, nada foi idealista, assim como nunca foi e nunca será. A vida, tanto espiritual como a material se dá pela vivencia concreta, pela existência de fato e não imaginada, isso é o materialismo de Marx. 
Sobre o comunismo e o socialismo, olhe para a vida de Jesus Cristo e para a vida de Chico Xavier, foram duas experiências capitalistas ou socialistas? Liberais ou comunistas? Cristo e Chico acumulavam bens ou dividiam tudo? Se enquadraram às regras das sociedades do seu tempo ou foram revolucionários? Defenderam que podiam agir independente de uma lei maior, comum a todos? Ou pregaram a formação de leis que devem ser seguidas por todos, com previsões de consequências? 
Neste sentido devolvo a pergunta: porque o espiritismo é antimarxista? 
Fabrício Augusto Araújo Ribeiro  
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OUTRA SOCIEDADE É POSSIVEL!

FABRÍCIO ARAÚJO, ALUNO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

QUEM MANDOU MATAR CELSO DANIEL?

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