FALA... BRÍCIO!!!!!

Fabrício Araújo: 24 anos, graduando em Serviço Social pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO.


" ...TEM ALGUEM LEVANDO LUCRO, TEM ALGUEM COLHENDO FRUTO, SEM SABER O QUE É PLANTAR... TÁ FALTANDO CONSCIENCIA, TÁ SOBRANDO PACIÊNCIA, TÁ FALTANDO ALGUEM GRITAR. "

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Decodificando Francisco I: "um jovem que não protesta, não me agrada".

Na acadêmia, nos estudos críticos, aprendemos que historicamente a Igreja, assim como o Estado, sempre atuou aliada ao sistema capitalista e às classes dominantes. Manipulando a classe trabalhadora, incutindo-na a moral, a ideologia e a cultura conservadora, que permitem a reprodução e a exploração da mão-de-obra assalariada, base do acumulo financeiro de uma elite dominante. A Igreja é parceira do Estado e do mercado, pois desta parceria conquista privilégios que permitiram sua expansão no mundo todo e sua hegemonia religiosa em boa parte do globo.

É neste cenário que os papas sempre se encontram, como um gestor dos interesses da classe dominante, da qual a própria igreja é parte, em contraposição a missão de servir aos pobres. Não diferente, é nesta conjuntura que Francisco I é levado ao cargo de Papa. Segundo ele, no conclave, os cardeais lavaram a roupa suja da Igreja católica para então construírem o perfil ideal para o novo Papa. Não sabemos exatamente quais foram as autocriticas e nem as prospecções feitas, mas o fato é que o novo Papa se difere em muito do seu antecessor.

De histórico militante e critico, Francisco I parece representar uma nova era na liderança católica mundial. Tem recusado os luxo provenientes do cargo e da instituição que lidera, tem pregado a simplicidade e a proximidade entre todos, independente de religião. Neste ultimo domingo, dia 21/07/2013, concedeu uma entrevista a TV Globo, onde num momento de profunda reflexão e de sinceridade, fez uma critica ao capitalismo, ao (neo)liberalismo e alertou a humanidade, enquanto permitirmos que nossas crianças sejam cooptadas pela moral, pela cultura e pela sociabilidade capitalista, viveremos sempre na barbárie.

De olho no lugar em que ele fala, na cadeira que ocupa, fez suas criticas de forma implícita, mas nem tanto. Segue abaixo a transcrição do trecho mais importante, para mim, da entrevista do Papa ao repórter global e para aqueles que n~]ao conseguem descifrar os conceitos implícitos, segue minhas considerações e esclarecimentos, sempre entre parenteses:

"O jovem é essencialmente um inconformista [...]. É preciso cuidar dos jovens, ha gente que explora os jovens, manipulando esta ilusão, este inconformismo que há, e depois arruína a vida dos jovens."

(Neste trecho, o Papa está falando das mobilização que marcaram o Brasil neste ano. Mas as forças que tentaram, e em certa medida conseguiram, manipular os jovens, só ficaram mais evidentes na sequencia da entrevista: o mercado e a imprensa.)

"Este mundo atual em que estamos vivendo, tinha caído na feroz idolatria do dinheiro, e há uma politica mundial muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro ( leia-se sistema capitalista global), quem manda hoje é o dinheiro. Isto significa uma politica mundial do tipo economicista, sem qualquer controle ético, um economicismo autossuficiente (lê-se: neo'liberalismo) que vai arrumando os grupos sociais conforme sua conveniência (lê-se: condicionamento sociometabólico do capitalismo; cultura, moral e senso comum conservadores). "

"Quando se vive na idolatria do dinheiro, tudo se concentra no centro (lê-se países desenvolvidos e altas classes sociais), e as pontas da sociedades, os extremos, são mal atendidos, são descuidados, são descartados. (pobreza, miséria, analfabetismo, desemprego e exploração de mão-de-obra). Vimos agora como se descarta os idosos, ha toda uma filosofia para se descartar os idosos: não servem (ao mercado), não produzem (para o mercado). Os jovens também não produzem muito, são uma carga que precisa formar [...] Estamos vendo um momento de descarte dos jovens. Para sustentar esta politica mundial (sistema capitalista global, leia-se), é preciso se descartar (excluir, marginalizar, criminalizar) os extremos (os pobres negros mulheres ou gays, favelados jovens e/ou idosos)."

" Hoje, ha crianças que não tem o que comer no mundo, crianças que morrem de fome e de desnutrição, há enfermos que não têm acesso a saúde, ha homens e mulheres mendigos morrendo de frio no inverno, ha criança que não têm educação, tudo isso não é noticia. Basta uma queda de 3 ou 4 pontos nas bolsas das grandes capitais, e isso se torna uma grande catástrofe mundial.

(Aqui o Papa critica a imprensa, que é um dos instrumentos mais importantes do sistema capitalista global, de alienação da sociedade, cabe a mídia a disseminação da cultura, da moral e da sociabilidade capitalista. A mídia prega, subjetivamente, os ideias do individualismos, da ganancia, do consumismo, da aceitação passiva da exploração do trabalho assalariado, das péssimas condições de trabalho. A mídia incute na sociedade a cultura idiotizante e acrítica. Naturaliza a pobreza, a miséria. Culpa as próprias pessoas por suas situações de miséria, desemprego e vicio. Criminaliza os movimentos sociais e as revoltas populares contra a exploração capitalista, da classe dominante sobre a classe trabalhadora. A mídia prega a criminalização das crianças e da juventude - redução da menor idade penal -. Cabe a mídia criar os esteriótipos de cidadão perfeito, o que aceita a sua exploração e se mantém alienado, o perfil da pessoa perfeita: branca, bonita, dos olhos claros, magra e dócil, que veste roupas de marca cara, de preferencia importada, no mundo capitalista, do consumo, até o homem precisa ser um produto comprável).

"Esse é o drama deste humanismo desumano que estamos vivendo. É preciso resgatar as crianças e os jovens, e não cair na globalização da indiferença "

Indiferença porque para o mercado, para os grandes empresários, para o sistema capitalista global, a vida humana é apenas um instrumento de produção de bens e de riqueza. Quem se preocupa com as condições de vida digna das pessoas é a própria classe trabalhadora, que vive na pele os efeitos da indiferença da elite burguesa dominante.


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FABRÍCIO ARAÚJO, ALUNO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

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